terça-feira, 11 de setembro de 2007

CONTRIBUIÇÃO PARA O LIVRO ... "CINZENTO"


Vou hoje discorrer sobre um evento mui delicado e que, a fazer parte do nosso espólio de antiguidades, terá que ser incluído no Livro, não direi Negro, mas Cinzento do CCXI.
Como de certeza alguns de vós já terão suspeitado, trata-se do célebre assalto ao Salão dos Cursistas de Sá da Bandeira.
Independentemente de se ter tratado de um acto condenável e irreflectido, só desculpável atendendo à “tenra idade” e ao “fogo na guelra” dos intervenientes, convém aqui referir que o acto foi despoletado por nos sentirmos injustiçados pela atitude que tomou a direcção dos Cursistas.
Senão, vejamos.
Ia decorrer no salão dos Cursistas, situado nas traseiras da nossa sede, durante o fim-de-semana, mais um Curso de Cristandade e, para o efeito, foi pedida a colaboração dos escuteiros para a montagem do equipamento (mesas, cadeiras, etc.), o que foi feito de pleno agrado por todos nós, e onde despendemos preciosas horas do nosso tempo de rapazes, que poderiam ter sido aproveitadas em algo de mais profícuo para os nossos interesses. (tipo jogos de ping-pong ou lanches na Roda).
Decorrido o Curso e na tarde do encerramento, houve um lanche servido no dito salão destinado aos intervenientes e não só. E aqui começou a “revolta”! Não que estivéssemos à espera de ser convidados, pois não éramos parte integrante daquele evento, mas achámos que no fim, e atendendo ao esforço que tínhamos dispendido e às sobras que sabíamos terem ficado no fim do lanche, não teria caído o Carmo e a Trindade se tivéssemos sido contemplados com alguma coisita.
Isto passou-se no Sábado. No Domingo de tarde, como era hábito, fomos aparecendo pela nossa Sede e, aos poucos, fomos “cozinhando” a nossa “vingança”. Alguém se lembrou, e aqui não cito nomes, por causa do segredo de justiça (espero que não haja fugas de informação), que a sede das Guias de Portugal, paredes meias com o salão dos Cursistas, dava acesso a este, pois o muro de separação não chegava ao tecto. E se melhor o pensámos melhor e mais depressa o fizemos: consegue-se entrar na sede das Guias, um elemento salta o muro, arrecada as provisões e vai-as passando cá para fora, onde se encontrava o resto do pessoal a recebê-las. Tratou-se, se a memória não me falha e o PDI não me afecta, de uma garrafa de Whisky, de várias de Coca-colas e de alguns pacotes de bolachas. (coisa de pouca monta como se vê)
Já não me recordo se “demos cabo” do roubo antes ou depois da sessão da tarde de cinema do Odeon. Do que me lembro é que no intervalo da matiné, fomos alertados por um escuteiro, não interveniente na acção, de que estávamos f…, pois o roubo já tinha sido descoberto! O serviço de intendência dos Cursistas devia estar bem organizado e actualizado para ter dado tão depressa pelo desaparecimento de meia dúzia de garrafitas.
E pronto! Penso que já ninguém conseguiu ver em condições o resto do filme, que se era de comédia passou a terror, de acordo com a nossa disposição e com a expectativa dos que nos aguardava. E a expectativa não saiu gorada e traduziu-se em meio ano de Sede fechada, sem direito a recurso nem suspensão da pena.
Pena pesada, pois estávamos em período das Férias Grandes e, sem a nossa sede, local dos nossos convívios e sempre o ponto de partida para as nossas “galdérices”, ficámos um pouco à deriva e sem o nosso ponto de referência.
E é destes acontecimentos, uns bons e outros nem tanto, que se faz a história do CCXI. Foi decidido no último Encontro, em Oliveira de Frades, traze-los à lembrança para que o tempo e a distância não os apague irremediavelmente da nossa memória.
Sobre este acontecimento era bom que mais alguns dos intervenientes dessem a sua achega, pois eu já não recordo todos os pormenores.

B’jocas.


P.S. - Como prometi no comentário que fiz no "ENTENDAM-SE", aqui está a foto tirada na VALA, durante a corrida de barcos.

Fiquico, não sei como colocá-la no sítio certo. Se quizeres e puderes transfere-a para o "Entendam-se".

5 comentários:

Jose Guerra disse...

Agora sim: está o "enguiço" quebrado.
Olhem só as contribuições!
Quem ainda não souber trabalhar com este instrumento, faça o favor de mandar a algum dos que já "postaram".
Oh! Luís
é melhor ficarmos pelo livro cinzento, pois não sei se lá cabem 2 histórias que conheço: o "desvio" de Bíblias e de lâmpadas. Vendo bem ...não foi nenhum pecado mortal: não vendemos os bens em causa!
Relativamente ao episódio que narras, "limpo-me" porque já lá não estava. Bom alibi, hein?!

Luis Bastos disse...

Oh Zé,

Agora não te escapas.
Já que aguçaste o apetite, então agora conta, porque não me recordo desses episódios.

Luis

Anónimo disse...

Sei bem do episódio e da tentativa de limpar a "folha", repondo a garrafa de whisky, que foi guardada na sede das Guias, mas jamais encontrada (o Sacristão deve tê-la encontrado entes de nós).
Mas há mais episódios hilariantes - a mesa de matraquilhos "doada" para o Lar de estudantes da Paróquia da Mapunda, do Pe António, quando em plena abertura "amigável" da porta dos Cursistas, aparece o guarda-nocturno e nós despachamo-lo com grande pintarola. Foi uma boa-acção. Lembram-se??
Mário Russo

Jose Guerra disse...

Oh! Luís

Antes do mais o meu "Bravo, bravíssimo" pelas tuas contribuições para o enriquecimento deste blog.

Suscitaste imensos comentários, mas tenho de ir devagar...
Por ora fiquemo-nos com a história das Bíblias:
Alguém da Patrulha Elefante (não pediu anonimato, mas é melhor garanti-lo)é hoje um bem sucedido empresário, mas poderia ter sido SACERDOTE. Naquele tempo deu-lhe para saltar o muro do salão dos cursistas para a sala da esquerda, que serviria de armazém, para retirar 1 Bíblia de um armário, das muitas que lá se encontravam. Creio que foi mesmo só uma e deve ter ficado na posse do próprio.Eu fui cúmplice, mas não me lembro de ter lido 1 página ou ter ficado com algum exemplar.
Na recente visita a Angola o referido "bom católico" não me deixou encostar ao altar do local onde se realizam as missas ao ar livre, na Srª do Monte. Por isso, a foto foi tirada 2metros abaixo!
Perdeu-se ou ganhou-se uma vocação, depois do "desvio" daquele exemplar de Bíblia?

Jose Guerra disse...

Apesar de ter a consciência tranquila, acho bem não descer aos pormenores de como arranjámos lâmpadas para decorar a nossa Discoteca . A propósito, é importante alguém escrever sobre ela.
Lesámos uma entidade pública, mas não praticámos vandalismo.
Estavámos na época das “luzes”, qual iluminismo! Não sei se o Bispado suportava as contas de energia, mas a verdade é que apesar de se dançar à média-luz o psicadelismo da época exigia muita lâmpada. Em Agosto, a Nª Srª do Monte chamava por nós e…lá fomos. Quantas lâmpadas trouxémos, com os respectivos bocais agarrados?
O que mais se destacou, entre nós, tem nome de padre benfeitor. Ainda não sabemos dele.
Já alguém se lembra dos pormenores?