quinta-feira, 13 de setembro de 2007

O MORRO MALUCO

Continuando na senda das peripécias da ocupação do nosso período das férias grandes, vou hoje relembrar mais uma tentativa falhada.
(Bolas, tenho que me dedicar a escrever sobre coisas mais positivas, pois por este andar, quem entrar neste blog e não tiver pertencido ao CCXI, pode ficar com a sensação de que nós só nos metíamos em aventuras fadadas ao fracasso!)
Mas como esta também faz parte das nossas memórias e me veio à lembrança, então aqui vai.
Durante as nossas saídas e acampamentos estávamos de certo modo habituados a trepar por montes e vales, tipo subir ao Monte Liz, ou percorrer a serra da Chela desde a Sra. do Monte até ao Cristo-Rei. E pensávamos com isto que já éramos uns grandes alpinistas. E como só gostávamos de pensar em grande, lá veio a asneira: subir o Morro Maluco! Não há dúvida que escolhemos mesmo o local com o nome apropriado para o que pretendíamos levar a cabo!
Como bem se lembram, o Morro Maluco situava-se ali para os lados de Vila Arriaga, mais coisa menos coisa. E como nessa altura o P. António ainda se encontrava na missão da Cacanda, foi para lá que nos dirigimos à procura do apoio logístico e moral. Se a memória não me falha, o grupo de “alpinistas” era constituído por mim, pelo Rogério, pelo Victor e Fernando Daniel.
Quando confrontámos o António com a nossa pretensão, penso que ele nos terá dito qualquer coisa do género de que mais malucos do que o morro éramos nós! Que não fazíamos ideia do grau de dificuldade da subida das vertentes do morro, da aridez e do isolamento do local em que ele se encontrava inserido, e que para além disso não levávamos nenhum tipo de material, nem de roupa, nem de calçado adequados. Que raio de alpinistas éramos nós que nem uma simples corda tínhamos connosco!
Embora desiludidos com a falta de apoio e incentivo do António, não queríamos dar parte fraca e insistimos que queríamos ir mesmo assim.
Então o António, que embora também fizesse as suas loucuras de vez em quando, era bastante mais ajuizado do que nós, propôs levar-nos à base do morro para nós decidirmos no local se pretendíamos levar por diante aquela loucura. “Montados” no seu Land Rover aí vamos nós até ao Morro Maluco, que afinal ainda ficava bastante longe da Cacanda. Lá chegados e olhando para aquele “brutamorro”, caíram-nos os “coisos” ao chão! O morro era imenso! Do lugar onde parámos até à base propriamente dita, ainda eram uns Kms, e daí para cima era sempre a subir e de que maneira, com a parte final toda em rocha e quase a pique! Mas, para além disso o que mais nos impressionou foi a paisagem quase desértica, sem quaisquer vestígios de água e com quase nenhuma vegetação. E nós sem uma reserva de água adequada!
Está bem de ver que foi o fim do nosso empreendimento, e convencidos e vencidos lá regressámos à Cacanda, de orelha murcha e acho que com cara de parvos!
Penso, já não tenho a certeza, que o António para nos levantar o moral nos levou para o rio da Cacanda à pesca de lagostins, que depois foram degustados na missão das madres espanholas (bascas, pois quando resolviam falar nessa língua não entendíamos peva).
E pronto. Após uma breve estadia na missão, regressámos a Sá da Bandeira com mais uma história para contar sobre uma aventura que não chegou a acontecer.

2 comentários:

Jose Guerra disse...

Já que tenho tantas mensagens-comentário mal seria que este texto não tivesse uma:
SERÀ QUE O BLOG FICA POR AQUI?
Não quero crer!

Mário Russo disse...

Luis Bastos estás enganado.

Nessa aventura fui eu, tu, o Rogério e o Quim Gomes ou o Pereira (é a minha dúvida), que acampamos à beira do rio e fizemos umas pescarias.


Abraço

Mário Russo