quarta-feira, 12 de setembro de 2007

O NOSSO PROGRAMA DE RÁDIO

Inventivos e insatisfeitos por natureza, não podíamos estar parados por muito tempo.
Corria, salvo erro, o ano de 1971 e desta vez a ideia era pôr no ar um programa de rádio realizado pelos escuteiros do CCXI!
Como eu, o Valério e o Guerra já possuíamos algum “traquejo jornalístico (?)” adquirido através do jornal “O Padrão”, órgão informativo dos alunos do Liceu Diogo Cão, no qual fazíamos na altura parte do corpo redactorial, resolvemos avançar.
Como no caso da “pintura” do Cristo-Rei, já aqui relatado, tínhamos que ter o aval de alguém responsável, neste caso do nosso Chefe do Agrupamento. Desta vez não tivemos uma resposta idêntica à do Eng. Sardinha, que nos “tinha mandado pintar a nossa sede”. O Chefe Ribeiro concordou de imediato com a iniciativa, apenas nos impondo como condição prévia que lhe apresentássemos matéria para um mínimo de três meses de programa.
Assim fizemos e após longas sessões de trabalho, lá apresentámos o que nos tinha sido imposto.
De seguida dirigimo-nos à Rádio Comercial de Angola, na altura dirigida pelo senhor Ivo….. ( não me lembro do resto do nome), que nos recebeu da melhor maneira possível e nos indicou logo o técnico de sonoplastia que iria trabalhar connosco na elaboração do programa. Pessoa impecável e cheio de paciência que nos aturou ao longo das sessões de gravação do programa, que se intitulava “ALERTA 71” (se não me enganei no ano). Pena foi que, por imperativos da grelha de programas da RCA, o programa não passasse em horário nobre, sendo emitido semanalmente às duas da tarde. Mesmo assim tivemos um bom feedback e havia muita gente, não só escuteiros e familiares, que o acompanhavam e nos falavam dele.
Tratou-se de um programa polivalente em que não só abordávamos temas de matriz escutista, mas também notícias de âmbito geral, nomeadamente sobre desporto (a Fórmula 1 tinha lugar de destaque e era coordenada pelo Bjeu, o expert na matéria).
Lembro-me por exemplo que emitimos em episódios a vida do nosso fundador Baden Powell, para os quais nos baseámos num magnífico livro de banda desenhada sobre a sua vida, que era pertença do Ch. Ribeiro. Será que ainda existe essa revista, Ch. Ribeiro?
De realçar o “profissionalismo” que empregámos na realização do programa. No dia anterior à gravação do programa, juntávamo-nos na nossa sede e com a ajuda dos “técnicos de som” Sousa e Victor Daniel e dos seus gira-discos e gravadores, fazíamos a gravação prévia de todos os artigos, músicas e os respectivos separadores e slogans. Tudo cronometrado para não excedermos o tempo do programa que era de trinta minutos, mais coisa menos coisa.
Para a posteridade aqui fica um dos slogans que utilizávamos: “As nossas reacções são contrárias às logicamente imperfeitas”. Coisas!
Como já solicitei em outro artigo, peço a colaboração dos intervenientes nesta aventura para mais achegas e recordações sobre este tema.

4 comentários:

Jose Guerra disse...

Pois é meus amigos:
o Luís sempre foi um rapaz com certos dotes. Lembro-me que ele era conhecido na Escola primária por saber imensas capitais, só por ouvir noticiários.
O azar dele (nosso) é que não havia Balsemãos que nos "apoiassem"!!!
Tenho muito para escrever sobre este tema: tenham paciência para esperar, 'tá?

Jose Guerra disse...

Ao iniciar os meus primeiros passos blogísticos, preparei 3 textos. Publiquei 2 e guardei o mais intimista. Era, exactamente, sobre o “ALERTA 71”!
Não o consigo localizar, mas o importante ficou na memória: podem ter-se perdido alguns jornalistas para parceiros de Emídio Rangel, Fernando Alves ou David Borges, que tanto se destacam no panorama da comunicação social portuguesa.
Tudo por causa de uma birra deste vosso amigo – ainda não consigo dizer “irmão”…
O director da Rádio Comercial – eu pensava que era o Carlos Meleiro, mas o Luís diz que era o Ivo… - teve de acabar com o programa após a 13ª edição, porque se apercebeu de atritos entre a equipa. Quais? O Luís não me autorizava a entrar para a gravação, porque eu não tinha participado nos tão meticulosos ensaios, com os referidos sonoplastas. Eu, como sou do signo Touro (*), sou …teimoso. Ainda hoje. Mas, humilde para dar, com 36 anos de atraso, a mão à palmatória.

(*) – Não há signo BURRO, que eu saiba!
N.B.: Antes do “PADRÃO” o nosso “traquejo” manifestou-se no HAINOKY – primeiro na parede da sede e depois no stencil.

Jose Guerra disse...

O PDI tem destas coisas:
Não calculam o esforço que fiz para me lembrar do apelido do Ivo (v. acima). Ontem tive uma insoniazita e veio-me à memória OLIVEIRA. Creio que está certo, tal como o facto de ele conduzir velozmente um carro desportivo vermelho, apesar de não ter uma mão.
Não vão perguntar a marca do carro?
Era exigir demais do PDI!!!!

Jose Guerra disse...

Os mais ligados à audição de rádio talvez se lembrem destes nomes:
Eduardo Helder e Contacto.
Era um programa de música jovem, entre as 3 e as 4 da tarde, na Emissora Oficial. O apresentador era espectacular!
Passou por Portugal, mas radicou-se na Alemanha.Está reformado, mas foi correspobdente da RDP e RTP.
É caso para dizer: já não se fazem programas como antigamente. Ou talvez sim: oiçam "Ondas Luisianas", do veterano Luis Filipe
Ba(e)rros.